
Tendo passado por um divórcio muito difícil, pois o meu ex-marido conseguiu ser particularmente cruel comigo e com a minha filha, decidi que nunca mais me casaria. Nunca mais me colocaria na posição de permitir que alguém tivesse a possibilidade de suspender a minha vida, seja por que período fosse.
Ainda me lembro da minha advogada dizer-me que isso passaria. Que nem todos os homens são maus, e que com o tempo e a pessoa certa eu mudaria de ideias. E, de facto, ela tinha razão. Mesmo porque eu só partilho o mesmo teto casando… os meus pais ensinaram-me isso. E quanto mais eu vivo e observo a dinâmica das relações, mais razão lhes dou. Se não for para casar, cada um fica debaixo do seu próprio teto. Sobretudo porque, no fim, é a mulher quem quase sempre sai a perder.
Só que, quando finalmente nos sentimos prontas para voltar a namorar, surge uma nova questão: e se a pessoa que desperta o nosso interesse nunca se casou?
Ao saber de casos de homens que nunca se casaram por opção, mas que, quando encontraram a mulher que queriam, optaram por casar para não a perder, comecei a refletir: será que vale a pena investir numa relação com alguém que nunca assumiu um compromisso dessa profundidade?
Estarão todos capazes de ceder nesse aspeto pela pessoa que amam? Ou devemos olhar para o histórico comportamental — e possivelmente traumático — daqueles e daquelas (porque elas também existem) que nunca quiseram dar o nó?
Namorar alguém que nunca foi casado é assim tão diferente?
À primeira vista, pode parecer apenas um detalhe do estado civil. Mas, na prática, diz muito sobre a experiência e a forma como a pessoa vê relacionamentos.
Por um lado, alguém que nunca foi casado pode trazer menos “bagagem emocional”: não há um divórcio traumático, partilhas de bens ou conflitos com um ex-cônjuge. Mas também pode nunca ter vivido a experiência de gerir uma vida a dois com todas as responsabilidades e desafios que isso implica.
E isso faz diferença. Porque estar junto não é só partilhar bons momentos — é saber resolver problemas, ceder em alguns pontos e trabalhar para o crescimento mútuo.
A pergunta-chave: é falta de oportunidade, falta de vontade… ou outro tipo de compromisso?
Quando alguém chega aos 35, 40 ou 50 anos e nunca foi casado, a primeira questão que devemos colocar é: foi por opção ou por circunstância?
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Por opção: esta pessoa pode valorizar tanto a sua liberdade que resiste à ideia de compromisso profundo.
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Por circunstância: talvez não tenha encontrado alguém com quem valesse a pena dar esse passo, mas está aberta a isso.
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Outro tipo de compromisso: alguns homens preferem ter relações longas sem casar, ou até viver junto sem formalizar a relação. Isso, por si só, não é negativo — mas convém perceber se essa escolha vem de maturidade ou de medo de compromisso.
O problema é quando “nunca quis casar” é apenas outra forma de dizer “nunca quis comprometer-me seriamente”.
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Os pontos positivos
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Menos comparações formais – quem nunca foi casado não traz a sombra de um ex-cônjuge ou a pressão de um divórcio, o que pode tornar a relação mais leve.
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Possibilidade de experiência real – se já viveu junto ou teve relações longas, pode ter desenvolvido maturidade emocional sem precisar ter passado pelo casamento formal.
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Mais abertura para criar a vossa própria dinâmica – não há “regras herdadas” de um casamento anterior, e as decisões sobre o relacionamento podem ser mais flexíveis e adaptadas a ambos.
Os desafios
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Diferença de compromisso percebido – mesmo com experiência em relações longas, a falta de casamento formal pode revelar uma resistência a compromissos legalmente vinculativos. É preciso perceber se é uma escolha consciente ou medo de perda de liberdade.
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Possível acomodação – quem já viveu relações longas sem casar pode sentir que “funciona assim” e não ver motivo para mudar, mesmo que o parceiro deseje casamento.
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Fronteiras emocionais – relações de longa duração sem formalização podem ser menos definidas em termos de expectativas futuras, o que pode gerar insegurança se não houver diálogo claro.
Antes de se envolver, pergunte:
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“Por que nunca casou?” – e ouça a resposta com atenção, sem julgamento, mas avaliando se há coerência.
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“Como lida com conflitos?” – compromisso exige saber resolver divergências sem fugir.
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“O que espera de um relacionamento?” – se ele não vê o futuro de forma parecida com a tua, a relação já nasce desalinhada.
O equilíbrio está no presente
No fim, não é o número de certidões de casamento que define a capacidade de amar — é a maturidade, a empatia e a disponibilidade emocional para construir algo sólido.
Namorar alguém que nunca foi casado pode ser uma excelente experiência… ou um grande erro. O segredo está em não assumir que “nunca casou” significa automaticamente “não sabe comprometer-se” — mas também não ignorar sinais de que a pessoa foge de compromissos sérios.
A pergunta que deves realmente fazer é: esta pessoa, tal como é hoje, está disposta e preparada para construir um futuro comigo?
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