Sempre que penso no perdão vêm-me duas questões pertinentes:
- Valerá a pena perdoar?
- E para quem é o perdão?
O Perdão é para nós
Quantos de nós sabe exatamente a importância do perdão?
Ao longo da nossa vida, pessoas passam por ela, deixando marcas variadas. Umas boas, outras más. As boas aceitamos e agradecemos, mas outras são as que nos perturbam.
E é precisamente aí que está o problema. A paz que perdemos quando alguém faz-nos algo que exige um perdão. E digo exige de propósito. Pois o outro não tem de nos pedir perdão.
Cresci com a noção de que quem me faz mal tem de me pedir desculpas e estar verdadeiramente arrependido para que eu o perdoe. Não podia estar mais enganada.
O perdão é para nós. Isto porque a outra pessoa pode não estar arrependida, pode nem saber o quanto nos magoou, e ainda pode nem estar disposto a pedir desculpas. Já pensaram no mal que isso nos faz? Esta mágoa a corroer-nos e o outro a viver a sua vidinha como se nada fosse?
A primeira pessoa que eu decidi perdoar nem sabe que eu existo. É isso mesmo! É o médico que, negligentemente, matou a minha mãe, quando ela tinha 54 anos e cheia de projetos de vida.
Ele foi negligente, com completa desconsideração pela pessoa a quem acabou de tirar a vida, assim como para com a família. A minha visão sobre esta classe só não ficou negativa, pois tenho médicos suficientes na minha família e fui tratada por outros tantos, que me mostraram que os médicos não têm de ser carniceiros. Nem vou falar da Justiça…
No entanto, foram muitos anos de luto, pois a mágoa não me deixava.
Decidi, então, perdoá-lo. Ele não pode dar aquilo que não tem. Ele age como sabe. Seguiu a sua vida como se nada tivesse acontecido. De que serve eu ficar amargurada eternamente? No entanto, acredito em Karma…
Eu quero viver a minha vida feliz. 10 anos já se passaram. Até quando continuarei a sofrer? A minha mãe não ficaria feliz.
Esta passou a ser a minha maneira de lidar com as pessoas. Perdoo. Cada um dá o que tem. Se o que tem não me serve, deixo ir.
Perdoar é seguir em frente
Mas atenção! Perdoar não quer dizer dar à outra pessoa oportunidade de o fazer de novo. Se alguém me magoou ao ponto de precisar do meu perdão, essa pessoa não pode fazer parte da minha vida.
Levo bem à letra o ditado inglês: “Fool me once shame on you. Fool me twice, shame on me!” Ou seja, se me enganares uma vez deves ter vergonha. Se me enganares duas vezes, eu é que devo ter vergonha!
Perdoo e sigo a minha vida. O outro que aprenda a lição e que seja melhor com a próxima pessoa.
E, desde então, sou muito feliz. Vivo sem mágoa. Esta, para mim, é a melhor maneira de se viver. ❤️
Ora, hoje é sábado, logo dia de “Me Time”!
Vou ver o filme “The Hobbit”. Já o tinha visto há uns bons anos. Acabei de ler o livro, gostei muito, principalmente do estilo de escrita. Mas vi diferenças um tanto surpreendentes para mim. Decidi rever o filme.
Vou acompanhar, desta vez, com o delicioso Vinho do Porto, Dona Antónia! 😋😎
BOA NOITE! ❤️😘
Deixe o seu comentário